Numa felicidade azul a vida caminhava.
O vento passou forte e desumano.
O vento levou o azul e a figura de alguém que o vento deixou na saudade.
Vivi o que não escolhi.
Na aurora de minha vida, aninharam-se a tristeza, a ausência, a solidão, a aflição…
.. e o azul e o Sol e a Lua e o mar tudo se foi.
Chegou o vazio, trazendo a dor terrível de querer e não ter.
De um coração apaixonado que não pôde amar.
De sentir e não possuir, no ódio do vento.
O vento passou. Ficou a verdade, flagelo-saudade de alguém que o vento levou…
Por que me deixaste?
Todavia, desposou a morte, nasceu a vida.
dezembro de 1967, aos 19 anos